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Relato de parto - Parto humanizado pelo SUS

Sim! É possível ter um parto incrível pelo SUS, mas você precisa estar munida de informação, um bom plano de parto e um parceiro ou parceira que te ajude a relaxar e conduzir as etapas desse momento especial! Mas vamos deixar os detalhes do processo para um próximo post e focar agora no meu relato :)


A Luna nasceu de parto normal, humanizado, respeitando todas as minhas vontades e com a equipe de plantão do hospital Santa Lucinda em Sorocaba. No dia 12 de Outubro, ás 23h30 minha bolsa estourou em casa, assim que o meu noivo, Matheus, chegou do trabalho. Liguei pra minha doula e fui pro chuveiro enquanto o Má limpava a bagunça no quarto e corredor - SIM! Parece MUITO que você tá fazendo xixi descontroladamente quando a bolsa estoura.

Eu não senti dor, mas sabia que estava tendo contrações, pois minha barriga endurecia a cada amedrontadores 2 minutos. A Carol (doula) combinou de nos encontrar na frente do hospital, então assim que eu parei de "vazar" me troquei, coloquei um absorvente e fomos! Demos entrada no hospital, entreguei meu plano de parto em 3 vias, fizemos o cardiotoco (exame para analisar os batimentos cardíacos do bebê e contrações uterinas), contrações acima de 100, a cada 1 ou 2 min - Eu jurava que ia passar o trabalho de parto sem dor até então.


Por volta da 1h da manhã comecei a sentir a dor do trabalho de parto, e posso confirmar, é realmente igual a dor do cálculo renal. Se as contrações fossem mais espaçadas não seria tão cansativo, mas tive o azar de ter 12 horas de contrações constantes de minuto a minuto.. Sem o apoio do Má e da Carol eu não teria conseguido! Todos os exercícios, massagens, conselhos, conversas e carinho fizeram toda a diferença. A Dra Marcela entrou no turno da manhã, muito atenciosa desde o primeiro contato, leu o plano de parto com atenção e manteve tudo como estava ali descrito. As 10h do dia 13 eu já estava acabada, cheguei a pedir anestesia (o que eu não queria fazer), mas estava entrando no expulsivo (etapa na qual o bebê está realmente saindo), então a Dra e a Carol me convenceram a esperar. Fui pro chuveiro novamente, fiz mais exercícios com a Carol, eu já estava gritando de dor essas horas.


Senti que ia vir mesmo, pedi a banqueta de parto (um banquinho baixo que parece um acento de privada aberto na frente), pois não senti segurança na maca e doía muito ficar deitada. O Má sentou em uma cadeira e eu sentei na banqueta de parto na frente dele, entre as 2 macas do quarto, ele me abraçou e me aninhou com todo o seu corpo - me senti segura e mais forte. Um pouco depois de me acomodar meu corpo começou a fazer força sozinho, eu tinha entrado oficialmente no expulsivo. Eu me lembro de empurrar as 2 macas quando fazia força e o Má as segurava firme e puxava pra perto novamente, só pra serem empurraras de novo no minuto seguinte. Tinha um relógio na minha frente, que eu pensei estar quebrado ou sem pilhas, pois parecia estar parado, já que eu sempre olhava após uma contração e marcava a mesma maldita hora - Não, não estava quebrado.


Eu me lembro de urrar de dor, mas segurava o grito sempre. Depois de um tempo a Carol me mandou gritar para "expulsar a dor", comecei a fazer isso e foi a melhor coisa! Eu consegui fazer mais força, cansava um pouco menos e sentia um maior controle do meu corpo quando liberava o grito. As 11h a Dra Marcela perguntou se eu queria ter a Luna na banqueta mesmo, eu disse um sim quase como um “obrigada”, ela sentou no chão com as pernas cruzadas e pediu lençóis para forrar e preparar o local improvisado. Acho que chorei quando vi isso, todo cuidado, sem resistência, tudo como eu queria de verdade. As 12h eu achei que não ia conseguir mais, o Má apertava as pernas em volta de mim e fazia força junto comigo, falava que estava ali e logo tudo ia acabar e a Luna estaria com a gente. 12h30 ela coroou, não sei de onde veio a energia, mas comecei a fazer mais força, então começou a arder por dentro e eu vi a equipe se movimentando, a dra apoiou a cabecinha da Luna, a puxou pra fora e no mesmo instante colocou ela sobre mim.


12h52. A Luna não chorou, deu apenas um suspiro longo, olhou para nós dois e ficou ali quietinha. Eu senti o calor do corpinho dela sobre o meu e o coraçãozinho batendo, completamente hipnotizada nos olhões azuis me encarando e sem saber como pegar nela direito, fomos nos acomodando. O Má acompanhou a Luna com as enfermeiras para pesar e fazer o check up, enquanto eu fui tomar uns pontinhos inevitáveis. Recebemos as orientações do pediatra e das enfermeiras, a Carol me ajudou e ensinou a amamentar, fomos para o quarto compartilhado, tivemos alta em 24h e lavei o cabelo assim que cheguei em casa! haha


Fim :)


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