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Qual o melhor tipo de parto?


Fonte: Banco de imagens - Pixabay

Não existe uma resposta única para essa pergunta, assim como não existe uma mulher igual à outra! O que é fantástico pra mim pode ser insuportável para você e vice versa. Vou falar um pouco sobre cada tipo de parto, seus prós, contras, curiosidades e alguns dados estatísticos, mas nada - NADA - substitui um profissional da saúde para acompanhar mês a mês, avaliar e ajudar você e seu parceiro ou parceira a decidirem qual o melhor parto para vocês. Quando digo profissional da saúde leia "médicos, enfermeiras e doulas", certo?


Parto Normal

Fonte: Banco de imagens - Freepik

É o mais seguro e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Pode ou não ter intervenção farmacológica.

Prós: A recuperação da mamãe é bem mais rápida, se não houver nenhuma complicação você tem alta em 24h, sai andando plena e com o baby nos braços sem tontura ou dor pra andar. Há uma chance bem maior de acontecer a amamentação na primeira hora de vida (Golden Hour), o que fortalece o vínculo do bebê com a mãe e estimula a produção de ocitocina, substância que auxilia na contração uterina, eliminação da placenta e ainda ajuda a diminuir a perda de sangue. O risco de hemorragia pós parto é bem menor, pois não há cortes no útero, o bebê sai pela vagina, sem intervenção cirúrgica. Respeita o tempo do bebê, ou seja, ele só sai quando estiver 100% pronto, o que previne uma série complicações relacionadas ao desenvolvimento prematuro. A passagem do bebê pelo canal vaginal também ajuda a preparar melhor o pulmãozinho dele para o ambiente externo, pois as contrações e a compressão auxiliam na excreção do líquido amniótico pela boca ao nascer, além disso, esse método ainda permite o contato com microrganismos benéficos que reforçam o sistema imunológico e estabelecem uma flora intestinal segura para o bebê.

Contras: Nesse caso o trabalho de parto é mais longo e dolorido. Não é indicado no caso de gravidez de alto risco, nem para mulheres com enfermidades anteriores ou que surgiram com a gravidez. Também não é indicada para quem já fez 2 ou mais cesáreas, principalmente se uma delas tiver menos de 2 anos, pois há um maior risco das cicatrizes no útero causarem hemorragia durante ou após o parto.


Cesárea

Fonte: Banco de imagens - Pixabay

A queridinha das brasileiras. 84% dos partos particulares e conveniados e 55% de todos os partos no Brasil são cesarianas, porcentagem 5x maior que a recomendada pela OMS - de 10 a 15%- apenas em casos realmente necessários*.

Prós: É bem mais rápida e prática, o parto é quase ou totalmente indolor. É indicada para gravidez de alto risco, casos especiais de gestação (gêmeos, múltiplos, bebês em posição diferente, etc.) e para as mamães que possuem alguma enfermidade que possa interferir ou causar uma complicação durante/após o parto, ou ainda, que tenha feito 2 ou mais cesáreas em menos de 2 anos. A cesárea também é necessária em casos de complicações inesperadas durante o parto.

Contras: Há um maior risco da gestante sofrer violência obstétrica, hemorragias durante e após o parto e infecções. Segundo o Conselho Federal de Medicina no Brasil, a cada mil partos sem complicações 20,6 mulheres morrem após uma cesariana (em partos normais esse número cai para 1,73). A cesárea agendada só deve ser feita em caso de risco á saúde da mãe ou bebê, pois apesar da praticidade e conveniência de saber exatamente quando será o seu parto, esse procedimento não permite o amadurecimento completo do bebê, principalmente, de seu sistema respiratório, que é o último a ficar "pronto".


Parto Natural

Fonte: Banco Pessoal

Parto natural é sem intervenção médica ou farmacológica, ou seja, é um parto normal sem anestesia, analgésicos, antibióticos ou hormônios - foi o que eu escolhi para ter a Luna. Ao contrário do que muitos pensam, podemos ter um parto natural num hospital ou clínica médica, inclusive há estabelecimentos especializados apenas nisso, onde a gestante tem toda a estrutura de um hospital, porém, sem intervenções desnecessárias.

Prós: É o método que mais respeita o tempo do bebê, sem intervenções para acelerar ou que possam entorpecer o pequeno, além de ser também a mais saudável, justamente por não submeter a mãe nem o bebê à substâncias que não fazem parte do processo natural do parto. A recuperação do pós parto é ainda mais rápida. Cada etapa vivenciada nesse processo é inesquecível e mágica, o elo de ligação entre a mãe, o companheiro ou companheira e o bebê indescritível! Foi a coisa mais incrível que eu já vivi na minha vida!

Contras: É bem exaustivo e dói! O quanto? Depende. Tem pessoas que têm seus bebês em 2 horas, outras demoram dias, alguns tem mais resistência a dor... Eu levei 12 horas entre trabalho de parto e nascimento. Massagens, exercícios, banhos ou imersão em água quente, posições alternadas e até mesmo aroma terapia são utilizadas par o alívio da dor e auxílio no processo de transição das fases do trabalho de parto, mas não é fácil! Eu não aconselho esse tipo de parto se você não tem alguém que te apoie incondicionalmente ou caso ainda esteja em dúvida sobre o quanto compensa ou não fazê-lo. É uma experiência única, mas mexe muito com todas as suas estruturas, inclusive com o seu psicológico. Sem convicção e apoio você provavelmente vai acabar cedendo pra outro procedimento ou vai ter uma péssima memória de um momento que deveria ser lindo. Então, primeiro tenha certeza da sua decisão, acredite nela e busque apoio de quem te ama.


Parto Domiciliar

Fonte: Banco de imagens - Freepik

É o parto realizado literalmente em casa. É uma modalidade bastante comum em outros países, inclusive nos mais mais desenvolvidos, onde podem ou não ter assistência médica. No Brasil apenas doulas especializadas e enfermeiras fazem esse tipo de parto, pois a Resolução 193/2019 estabelece punição por infração ética ao médico que prestar assistência ao trabalho de parto, nascimento ou ao recém-nascido fora do ambiente hospitalar. Se é necessário, justo ou ético eu deixo para cada um que está lendo questionar e decidir por si.

Prós: É um ambiente em que a mãe se sente segura, - ainda mais na atual situação de pandemias sem fim - permite a presença e imersão das pessoas queridas das quais a gestante gostaria de ter por perto na chegada do bebê, o que não é possível no hospital, principalmente, em tempos de pandemia. Além disso essa modalidade proporciona um maior contato com o recém nascido no pós parto.

Contras: O ambiente domiciliar não é esterilizado, equipado e preparado como um hospital, mesmo seguindo os protocolos para o preparo do ambiente, em caso de qualquer complicação a gestante precisa ser encaminhada rapidamente á um hospital - Por isso também é muito importante analisar a logística do local antes de decidir fazer esse tipo de parto. No Brasil não é possível fazer uso de anestesia em casa, pois apenas o anestesista pode fazer essa aplicação e como ele também é um médico, é impedido pela Res 193/2019. O recém nascido não tem assistência, não realiza os exames iniciais e nem é vacinado nos primeiros dias. Assim como o parto normal e o natural, só pode ser realizado se a gestação não for de risco e se a gestante não tiver nenhuma enfermidade prévia ou desenvolvida na gravidez.


Parto de Lótus

Fonte: Jo Hartley/Essentialbaby

Como é um método sem intervenções, normalmente o parto em si é o natural, podendo ou não ser domiciliar, mas pode ser também por cesárea, o que realmente "manda" aqui é o fato de não cortar o cordão umbilical, que também se mantém ligado á placenta por alguns dias.

Prós: As pessoas que aderem á esse método alegam que esperar o cordão se desprender naturalmente com a placenta ligada é menos traumático, pois permite a separação gradual do recém nascido com o útero.

Contras: A placenta é um material orgânico e rico em nutrientes, exatamente como um bife, ou seja, há um grande risco de infecções e começa a apodrecer no mesmo instante que sai do útero. Não há comprovações científicas sofre a eficácia desse método.


Só esclarecendo, parto humanizado é o parto em que todos os envolvidos respeitam as vontades e decisões da gestante, portanto, ele pode ser tanto normal, como por cesárea, com ou sem fármacos, o importante é respeitar o protagonismo da mulher. LEMBRANDO QUE, privação e manipulação de informação também é uma violência obstétrica e descaracteriza a "humanização" do parto, já que nesse caso o profissional da saúde que deveria estar auxiliando e zelando pela gestante, está na verdade a conduzindo para o que lhe é conveniente.



Espero que estejam curtindo o conteúdo!

Deixem sugestões de temas e curiosidades que gostariam de ver por aqui ;)



* Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - Normas para reduzir cesarianas, disponível em <http://www.ans.gov.br/sala-de-imprensa/releases/consumidor/2611-ministerio-da-saude-e-ans-criam-normas-para-reduzir-cesarianas>, acessado em março/2021.

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